Atualmente, o sal
comercializado no Brasil deve possuir entre 20 e 60 mg de iodo a cada
quilo de produto. “Estamos propondo essa redução a pedido da Coordenação
Geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, pois existem
indícios de que o consumo excessivo de iodo poder aumentar o número de
casos de Tireoidite de Hashimoto”, afirma a diretora da Anvisa, Maria
Cecília Brito.
A Organização
Mundial da Saúde (OMS) recomenda que, nos países em que a população
consume em média 10g de sal por dia, a quantidade de iodo a cada quilo
de sal esteja entre 20 e 40mg. No Brasil, a última Pesquisa de
Orçamentos Domiciliares do Ministério da Saúde, de 2003, apontou que o
brasileiro possui, em média, o consumo domiciliar diário de sal de 9,6
g. Esse valor somado ao sal proveniente de alimentos processados e dos
alimentos consumidos fora de casa perfazem um consumo de 12g de sal ao
dia.
Tireoidite de Hashimoto
De acordo com a OMS,
a tireoidite de Hashimoto pode ocorrer quando as pessoas estão expostas
ao consumo excessivo de iodo durante cinco a dez anos. A Organização
alerta, ainda, que a ingestão de mais de 300 microgramas (mcg) de iodo
por dia pode ocasionar doenças auto-imunes da tireóide.
A tireoidite de
Hashimoto é uma doença auto-imune caracterizada pela inflamação da
tireóide, causada por um erro no sistema imunológico. Dentre os
principais sintomas da doença estão fadiga crônica, cansaço fácil e
ganho de peso.
DDI
A iodação do sal é
uma medida adotada mundialmente para prevenir Distúrbios por Deficiência
de Iodo (DDI). Entre as principais doenças relacionadas à falta de
ingestão do iodo estão: retardo mental grave e irreversível e
surdo-mudez em crianças, anomalias congênitas e bócio.
As necessidades
diárias de iodo variam, em média, de 90 microgramas (mcg), em crianças
de 0 a 59 meses, a 150 mcg, em crianças a partir de 12 anos e adultos.
Entre gestantes, as necessidades são mais altas e chegam a 250 mcg por
dia.
Na década de 90, o
Brasil estabeleceu a faixa de iodação do sal entre 40 a 100 mcg de iodo
por quilo de produto. Em 2003, essa quantidade foi alterada para os
limites atuais.
Pesquisa
Em 2007, a OMS
publicou um panorama da nutrição de iodo no mundo. Pesquisa realizada em
130 países, no período de 1994 a 2006, revelou que 31% da população
mundial ainda apresentam ingestão insuficiente de iodo.
As Américas tiveram a
melhor situação com apenas 11% da população apresentando uma ingestão
inadequada de iodo. Já o pior cenário foi encontrado na Europa, onde 52%
não ingerem este nutriente na quantidade adequada.
Contribuições
A proposta de
Resolução está disponível na íntegra no sítio da Anvisa na internet e as
sugestões deverão ser encaminhadas por meio do formulário do FormSUS
disponível no endereço http://formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=6545,
ou mediante preenchimento do formulário próprio, com posterior envio
por correio para o endereço: Agência Nacional de Vigilância
Sanitária/GGALI - SIA Trecho 5, Área Especial 57, Brasília- DF, CEP
71.205-050; ou por Fax: (61) 3462-5315; ou para o e-mail: pro.iodo@anvisa.gov.br.
Danilo Molina
Fonte: Imprensa/Anvisa